Concedi uma entrevista logo no início de 2018 sobre o mercado de redes sociais para a TV Integração, afiliada Globo. O que motivou a matéria foi uma pesquisa que traz a profissão como uma das mais promissoras do ano.
De fato é. Como eu disse para a repórter, a procura está cada vez maior. Porém, a grande oferta não tem apenas aspectos positivos nem é garantia de sucesso.
O problema maior disso é resumir a presença on-line das empresas às redes sociais. Isso acontece porque são mídias “gratuitas”, aí é que está a armadilha. Existem outros meios como o Google Meu Negócio que também “não têm custo”. As aspas justificam-se pelo fato de a presença das empresas nessas duas ferramentas exigir estratégia. Daí, é necessário um profissional que tenha conhecimento para que o negócio esteja nesses dois locais de maneira adequada. Se o próprio empresário se dispõe a fazer, terá que ler bastante, investir em cursos, ou seja, exige investimento de tempo e dinheiro.
Além disso, cabe um estudo de quais redes devem ser usadas pela empresa, sem falar no alcance orgânico, aquele que acontece naturalmente (sem pagar), cada vez mais baixo. Dessa forma, na maioria das vezes investir em anúncios é necessário.
E essa presença nesses dois canais são só a ponta do iceberg. Talvez a empresa precise de um site, melhorar a comunicação com o cliente pelo WhatsApp, sistemas para medir o desempenho da equipe e digitalizar os processos dentre muitos, muitos outros, algo que só dá para definir depois de uma análise da marca e do comportamento do consumidor dela. Claro que é possível começar pelas redes, mas é necessário ficar atento aos outros canais e usá-los se for o caso.
Com a explosão das redes sociais, muita gente se interessa em trabalhar no meio. Uma parcela não se qualifica. Como as profissões da área de comunicação não têm uma entidade de classe que considere cobrar menos como antiético, tal qual acontece com os advogados com a OAB, aparecem muitas pessoas que pedem um valor insignificante.
É uma tática por causa das pressões do mercado, de empresários que consideram a rede social como fácil, que ele mesmo pode cuidar, uma ideia errada.
Equipe de redes sociais e outras questões importantes
Outro problema, é a pressão por resultados de curtíssimo prazo, uma questão citada pelo professor Gutenberg Almeida em uma ótima entrevista para o Jornal Estado de Minas. Eu complemento dizendo que alguns fazem promessas que não podem cumprir.
Na House tentamos ser bem realistas com o cliente para que ele entenda que não é assim. É melhor vê-lo franzir a testa no início e não no meio do projeto por causa da decepção, né? Honestidade é muito importante nesse meio.
Fazer tudo sozinho é até possível, mas bem desgastante. Atualmente, as redes têm texto, imagem, vídeo, anúncios e exigem ações especiais para funcionarem de fato. Entendo que para as pequenas empresas e freelancers seja difícil custear tudo isso, mas se a empresa ou profissional não pode investir em equipe agora, recomendo fortemente que tenha como uma dos objetivos.
Sei que falei de muitos problemas, mas todos têm solução, conforme apontei. Aproveitar as oportunidades em social media com lucidez é necessário. E para ter sucesso, além de estudar bastante, fazer testes e acreditar no poder de uma equipe multidisciplinar é fundamental.