Certo dia recebi uma ligação com um desafio. Uma amiga que se tornou cliente iria abrir uma loja e estava perdida com o nome que daria para a empresa. Eu nunca havia feito o trabalho de naming, o máximo que chegou perto disso foi a criação do Texto do Dia e Notícias do Bem, que chegaram em um insightbem rápido.
No entanto, a identificação com a proposta da loja especializada em artigos infantis me chamou a atenção. A Rachel me contou que a ideia era buscar no Brasil e exterior os melhores produtos para os pequenos. Além do trabalho de naming, ela me pediu a criação da identidade visual para a loja. O espaço físico também iria ser projetado na mesma época.
A primeira sensação que tive foi de pisar no ar, a loja era como uma casa muito engraçada, aquela da música. Não tinha espaço físico, nome ou logo, nenhuma ideia neste sentido. Estar no nada me confortou por outro lado. O coração de um profissional de marketing vibra quando o cliente começa tudo certinho, se preocupa com cada detalhe.
Chamei a parceira da House Rayana Andrade para a empreitada e felizmente ela topou o desafio.
Concepção do nome: processo e significados
O primeiro passo para criar o nome foi básico: briefing. Apliquei também o DNA da Marca, uma método excelente para conhecer a personalidade das empresas. Depois chamei a Rayana para um brainstorm. Foram muitas horas de discussão depois do toró de ideias.
Quando achávamos um nome genial descobríamos que era muito comum já. Como diz o pai de uma amiga minha:
“Se você acha que teve uma ideia nova talvez tenha lido pouco”.
No entanto, desde o início coloquei alguns pontos importantes:
- Poderia ser, mas não necessariamente, um nome em inglês porque boa parte dos produtos seriam importados
- Não queria puxar para algo feminino ou masculino para não causar o entendimento equivocado de que era uma marca só para um dos sexos.
- O nome também deveria mostrar a abrangência da marca que tem roupas, utensílios, artigos de higiene e outras coisinhas de criança
Essas delimitações ajudaram bastante a ter ideias alinhadas aos conceitos da marca. Chegamos por final em Little Things. Os pontos que justificaram a escolha foram:
- Representatividade para tudo que é comercializado: roupas, acessórios e produtos de higiene, saúde
- Relação com o público: bebês e crianças nos anos iniciais
- Alusão ao local em que a loja estará: espaço pequeno, mas aconchegante
- Referência ao fato de os produtos virem, na maioria dos casos, dos Estados Unidos
- Aplicação divertida – permite brincadeiras nos textos
- Facilidade de assimilação, duas palavras que embora sejam estrangeiras são de fácil entendimento, curtas
Achei bem interessante a preocupação com o naming, pois ao conversar, as pessoas falam sobre nomes de lojas, empresas, profissionais antes de mostrar o logo ou fotos do local, por exemplo. No imaginário, ao escutar o nome, já começa-se a formar algumas ideias sobre as marcas.
Identidade visual da Little Things
Com o nome definido, começamos a imaginar a parte visual. O projeto do espaço chegou nesta etapa também, elaborado pela arquiteta Taís Rolim. Foi ótimo porque conseguimos trabalhar alinhadas a ele. Quando a Rayana me mostrou a composição eu adorei. Na hora de apresentar para a cliente ela também aprovou de cara. Só de bater o olho dá para entender porque. Ficou linda mesmo, modéstia a parte 🙂
A Rayana usou a letra cursiva para dar um ar de sofisticação, remeter às mamães, público predominante na Little Things. A fonte da parte de baixo faz alusão às crianças, com a ideia de rabiscos bem como a estrelinha, um dos desenhos mais comuns na infância.
Essa foi a parte dois do job. Ainda tinha uma terceira, os itens de papelaria. Optamos pela tag, etiqueta, no formato da estrela, cartão de visitas e embalagem como veem nas imagens abaixo.
A parte quatro foi pensar nas artes para serem postadas nas redes sociais. A Rayana já havia comentado sobre usar desenhos de criança. Pensamos em pedir que a cliente pedisse a filha para desenhar. Só que ela fez diferente – pegou um desenho do sobrinho e nos passou.
O autor, o Daniel, já partiu há algum tempo e como tudo do universo infantil remete ao amor, fizemos questão de usá-lo. Um dos backgrounds da Little Things é exatamente o desenho do Daniel, a capa do Facebook deixa isso mais evidente ainda.
Outro detalhe é o grid do Instagram. Eu e Rayana queríamos trabalhar com mosaico, em que as imagens formam um desenho maior no final. Porém, eu gostaria que fosse algo mais suave. Assim, se um dia o Instagram mudar, fica menos evidente. A ideia de usar as bordas teve dois motivos, o primeiro era mesmo estético e para reforçar a identidade da marca, outro foi possibilitar que qualquer foto ficasse legal, independente do fundo.
Eu fiquei muito feliz com o resultado. É difícil encontrar um trabalho que o cliente pensa em tudo desde o início e confia tanto nos profissionais.
Gestão da presença on-line
A parte cinco do trabalho, que é a gestão completa da presença on-line da Little Things já começou e está tão legal quanto as outras. A loja física ainda não abriu, mas o público tem sentido o que vem por aí no Instagram e Facebook por enquanto.
Nessa fase, orientei a cliente em como comunicar-se com a rede pessoal dela e criei dispositivos para que nenhuma informação sobre estoque gere algum ruído, além de outros procedimentos que se eu fosse contar daria um outro artigo. Também tracei algumas estratégias que envolvem o off-line, pois ele é muito importante embora sejamos tão digitais.
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